LUMINOL
Coordenação editorial: Laura Del Rey
Edição: Laura Del Rey e Victor Pedrosa Paixão
Tradução [trechos Saint-Denys]: Carla Piazzi e Raquel Dommarco Pedrão
Preparação de texto: Mariana Bastos
Revisão: Aline Caixeta Rodrigues
Ass. editorial: Fernanda Heitzman
Capa, projeto gráfico e diagramação: Angela Mendes e Laura Del Rey
Ilustrações: Fernanda Heitzman, Laura Del Rey e Romano Corá
Pesquisa de imagens [domínio público]: Carla Piazzi, Fernanda Heitzman e Laura Del Rey
Tratamento de imagens: Angela Mendes
Ass. design: Fernando Zanardo
Catalogação: Ruth Simão Paulino
Agradecimentos da editora: à confiança amorosa de Carla Piazzi e a essa equipe dos sonhos e do coração, sem as quais não seria possível realizar um livro desse porte em uma editora tão pequena; e a: Giuliano F. Rossi, Lucas Verzola, Miriam Marinotti, Vilma Heitzman e Roberto Taddei
Ano: 2022
// O livro e a autora
Luminol nasceu na raspa do tacho do século 20. Ou melhor, no limbo entre o 20 e 21 – lugar que o marcou profundamente e, na maturidade, o convidou a olhar para trás e para frente o tempo todo, agravando sua labirintite. Tomou corpo na solidão e no silêncio. Fastiado, desejou treinar a voz e a escuta em diversas oficinas, das reconhecidas às marginais, de criação literária. Teve, nesse longo percurso, excelentes companhias. Cultivou amizades preciosas. Apegos e inquietações também. É o primeiro romance da autora Carla Piazzi, da qual agora se despede, meio melancólico, meio aliviado. A autora, por sua vez, tem formação em história, pós-graduação em gestão de projetos sociais e MBA em bens culturais.
98 SEGUNDOS SEM SOMBRA
Romance da escritora boliviana Giovanna Rivero, mesma autora de Terra fresca da sua tumba.
Genoveva Bravo Genovés vive em Therox, lugar fictício dentro de um país real. Lugar de nome tão forasteiro à Bolívia como os agentes da DEA infiltrados na cidade, cuja economia depende sobretudo do narcotráfico. Uma garota como tantas, como todas, tateando sua identidade em meio ao dia a dia com a família, no colégio só para senhoritas, através do encantamento com o misterioso Mestre Hernán e sua aura de guru new age. Neste romance de formação, os valores rígidos do catolicismo, tão arraigados em nosso continente, colidem com o misticismo popular que a adolescente vivencia em casa ao lado da cálida e colorida figura da avó. A distância no tempo e espaço (estamos em meados dos anos 1980) em nenhum momento afasta Genoveva de nós. Pelo contrário, seu crescimento ao longo do romance nos parece tão íntimo, sua dimensão humana tão visceral, que nos tornamos mais do que testemunhas de sua história; enquanto nossa heroína-narradora escreve em um diário os pensamentos e até as maldades próprias da soberba juvenil, nos tornamos seus confidentes, uma espécie de diário-leitor (ou leitor-diário), capazes de entrever suas incoerências, falhas de julgamento, as mentiras que conta a si mesma, mas também sua ternura e, acima de tudo, a vontade de alçar voos maiores, muito maiores do que a pequena Therox pode oferecer.