Descrição
Romance de Ave Barrera
Traduzido por Marina Waquil
“É e não é. Restauração é a cristalização e a continuidade de uma série de obsessões que são reveladas pela segunda vez na forma de um romance por Ave Barrera. Dividido em três partes – I. Você se lembra?, II. A Quimera, III. Restauração –, o romance exige que o leitor repense constantemente cada imagem, cada linha. Sim, é a história de um casal, Min e Zuri; da restauração de uma antiga casa art nouveau (e de um relacionamento em derrocada); e daquela outra história que é revelada sala por sala, página por página: a de Gertrudis e Eligio. Mas, acima de tudo, Restauração narra (e é em si mesmo) uma miragem, uma armadilha, um limiar.” –– Ivonne Sánchez Beccerril
“Restauração faz uma homenagem ao romance Farabeuf, de Salvador Elizondo. Mais que reescrevê-lo, Barrera o atualiza, muda sua perspectiva, desenvolve as personagens femininas e dá a elas uma gama de nuances e emoções que nos permitem entender a protagonista e as mulheres dessa história. […] Restauração é um romance elegante, que nos oferece um território cheio de beleza no uso da linguagem e da pergunta constante – que é respondida e reformulada; que se coloca como uma fotografia e inicia esse diálogo com seu leitor, entre a captura da imagem, o espelho da representação e o fantasma da memória.” –– Cynthia E. Morales
Coordenação editorial: Laura Del Rey
Coedição: Aline Caixeta Rodrigues
Capa e projeto gráfico: Angela Mendes e Laura Del Rey
Tratamento de imagens: Angela Mendes
Ilustrações do logo, assist. de design e diagramação: Fernando Zanardo
Fotografia [detalhe da Catedral de Guadalajara]: escaneada do livro “Mexico: its ancient and modern civilisation…” (T. Fisher Unwin), C. Reginald Enock
Preparação de textos: Karina Aimi e Tamara Sender
Revisão: Ana Maria Barbosa
Assistência editorial: Fernanda Heitzman
Agradecimentos: Carla Piazzi, Gabriela Aguerre, Ruth Simão Paulino, Víctor Hurtado Rodríguez e Wagner Gutierrez Barrera
224 páginas | ISBN 978-65-88104-30-9 | janeiro de 2025
Sobre a autora
AVE BARRERA (Guadalajara, México) é escritora e editora. Tem contos e ensaios publicados em diversas antologias e mídias eletrônicas. Seu primeiro romance, Puertas demasiado pequeñas (Alianza, 2016), recebeu o prêmio Sergio Galindo e foi traduzido para o inglês como The forgery (Charco Press, 2022). Em 2023, Barrera obteve uma bolsa da Fundação Kislak para realizar uma residência de escrita na Universidade da Flórida, na cidade de Gainesville.
Restauración (Paraíso Perdido, 2019) é o terceiro romance da autora. A obra, vencedora do prêmio Lipp em 2018, foi publicada na Espanha pela editora Contraseña alguns anos mais tarde. Notas desde el interior de la ballena (Lumen, 2024) é o trabalho mais recente de Barrera, que atualmente vive na Cidade do México.
Sobre a coleção
A coleção CAPITAIS & CAFUNDÓS trabalha com expedições literárias. As rotas são constantemente recalculadas, não há centro. O mapa que temos a bordo nos foi dado por aves migratórias, para quem as fronteiras não existem.
Metrópoles, vilarejos esquecidos, florestas, desertos, sertões, campos ermos, mundos imaginários sólidos ou esfacelados: os destinos são obras cujo território extrapola o pano de fundo, participando como organismo vivo, tão complexo quanto seus personagens.
A tradição flâneur ressurge aqui com outros temperos; da América Latina e do Caribe, certamente, mas não só. Vasculharemos sem receio, talvez com alguma imprudência, curvas improváveis, dobras geológicas, nascentes ainda no subterrâneo – quem sabe uma história insuspeita não esteja ali?
Para quem gosta de horizontes largos, temos assento à janela. Aos que usufruem dos detalhes, reservamos lugares no corredor, onde a história se monta por fragmentos e conversas à meia-voz. De todo modo, não prometemos conforto.
No fim das contas, as fronteiras existem – tudo existe depois de ser criado –, mas suas linhas não inibem o movimento do desejo e da necessidade. Somos migrantes. Reescrevemos. Não nos acomodamos, pois, o mais importante: não sabemos quem somos. E no lugar de um espelho, nos interessa a vista, os voos erráticos que tentam escapar da força dos ventos dominantes.