[ Na Puñado 1 ainda não havia uma dinâmica de perguntas e respostas tão definida (e nem colaboradoras convidadas) como passamos a ter nas edições seguintes da revista, então destacamos dois trechos da nossa conversa com a autora Mayra Santos-Febres. Essa pequena entrevista foi realizada por e-mail, em 2017 ] .

Como acontece em todos os países, [em Porto Rico] as mulheres escritoras são poucas e pouco reconhecidas, em comparação aos homens escritores.

Temos que escrever mais e melhor para sermos reconhecidas ao menos à altura dos nossos colegas. A culpa, muitas vezes, não é deles. Nem nossa. Sabemos como se chama o sistema que sustenta essa disparidade.

Sobre seu conto, “Urso Branco”, a autora ainda comentou:

Não escrevo por inspiração. É uma necessidade primordial, como o foi parir, como é fazer amor, comer, dormir. O frescor formal vem de uma exploração gratificante das maneiras que as pessoas têm para criar sentido. Falo com todo mundo. Sou uma mulher muito curiosa. Falo com monjas budistas, com curandeiras da Seita do Osho, com professoras, com andarilhos, com presas. E sempre leio, que é outro tipo de conversa. Do contato com narrativas tão díspares, nasce uma exploração formal, que me leva num arroubo até o conto que desejo contar. (…) Uma vez, me perguntaram se a mulher que se apaixonou pelo preso que acenava, no “Urso branco”, era eu. Respondi que sim, claro.


As biografias de Mayra Santos-Febres e das demais autoras da Puñado podem ser lidas aqui. // Entrevista e tradução do conto “Urso branco” por Laura Del Rey.


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