apañado editora incompleta coletânea e-book
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[e-book] Apañado

Esta coletânea reúne contos de autoras latino-americanas e caribenhas publicados previamente na revista Puñado entre 2017 e 2019, além de dois textos inéditos das escritoras brasileiras Carla Piazzi e Silvana Tavano.

>> Veja abaixo a lista de onde comprar 


Autoras :: Alejandra Zina (Argentina), Carla Piazzi (Brasil), Claudia Hernández (El Salvador), Claudia Ulloa Donoso (Peru), Edwidge Danticat (Haiti), Elena Poniatowska Amor (México), Inés Fernández Moreno (Argentina), Ivelisse Rodriguez (Porto Rico), Jamaica Kincaid (Antígua), Jarid Arraes (Brasil), Liliana Colanzi (Bolívia), Lina Meruane (Chile), Mayra Santos-Febres (Porto Rico) e Silvana Tavano (Brasil)

Apresentação :: Leticia Pilger da Silva


__onde comprar

O e-book custa R$22 e pode ser encontrado em diversos sites e plataformas, como:

Wook Brasil
Bibliotheca
Barnes & Noble
Kobo
Google
Apple iBooks Store BR
Livraria Cultura
Odilo
Amazon (Kindle)
Tocalivros
Ubook

A bridge (made of stories, ideas, theories) is knowledge. It is public; it is communal: it is where our paths converge. (“This bridge called my back”, Gloria Anzaldúa)

 

Essa epígrafe de Anzaldúa resume, a meu ver, a política da Puñado, e agora do desmembramento que é a Apañado: a construção de pontes e redes.

Considerando a variedade de países de origem das escritoras publicadas, podemos pensar a revista como um mapa no qual, durante a leitura, linhas são traçadas e caminhos percorridos; um ir e vir de línguas, textos, poéticas e autoras. Com o livro, chega-se a uma nova etapa: um mapa virtual que permite a ubiquidade da tradução e, consequentemente, uma expansão desses diálogos e da compreensão que temos do que é (ou são) a(s) literatura(s) latino-americana(s), bem como as diversas Américas Latinas (ou Abya Yala, Améfrica Ladina), conforme a definição de Josefina Ludmer: “[A América Latina] é uma delimitação do espaço e uma noção eletrônica-geográfica-econômica-social-cultural-política-estética-legal-afetiva-de-gênero-e-de-sexo”. Mais que tudo, a revista mostra como a América Latina é uma translocalidade, ou como defende Sonia Alvarez: uma formação cultural transfronteiriça que não corresponde a territórios delimitados, mas a experiências compartilhadas, marcadas por gênero, raça e classe.

A Puñado cria um corpo literário calcado na tradução idiomática e cultural, e na heterogeneidade da autoria. Trata-se de uma rede de contatos que, ao estimular a interação física, virtual ou mesmo textual entre escritoras, pesquisadoras, tradutoras, leitoras, leitores e contextos transnacionais, permite a construção de uma comunidade. Tal construção perpassa diversos aspectos da revista, que, em seu projeto tradutório feminista e decolonial, é o nó da rede. 

Desde o princípio, a curadoria das edições foi formada por mulheres que trabalham para fazer a publicação acontecer e reafirmam seu engajamento, no campo editorial, contra o apagamento sistêmico imposto ao gênero. As redes se expandem pela leitura entre brasileiros, pela conversa entre escritoras, editoras e colaboradores, assim como pela análise comparada dos contos, publicados lado a lado, sem que haja relação prévia entre suas autoras. 

Ao viajar entre produções e campos literários nacionais para encontrar textos e conhecer novas escritoras, as editoras realizam um percurso que chamo de “arquitetura do presente” – porque, muitas vezes, apesar de a globalização e a internet terem catalisado tanto as trocas culturais, é preciso “escavar” para encontrar obras de determinadas autoras e países. Assim, as editoras fomentam uma “política das emergências da tradução” no Brasil, contra a realidade das ausências. Podemos dizer que, ao fazer o recorte do presente e reconhecer a qualidade da produção de escritoras contemporâneas, o movimento da revista antecede a eventual necessidade futura de recuperação de autoras invisibilizadas ou esquecidas por questões extratextuais. Assim, se Sandra Gilbert e Susan Gubar propuseram o termo “ansiedade da autoria” para pensar a ânsia das escritoras inglesas vitorianas em escrever, podemos atualizar a metáfora no contexto da Puñado e falar de uma “ansiedade do contato”, do compartilhamento; porque a revista seleciona, traduz, coloca em diálogo e media, recontextualizando textos já publicados em outras línguas e lugares, escritoras e leitores do Sul Global.

Se a Puñado abriu essa trilha, agora a Apañado permite que pensemos nos ecos e na expansão e ressignificação dessa viagem já iniciada pela América Latina, uma vez que novas relações se estabelecem ao contarmos, em uma nova sequência, com textos publicados em edições diferentes da revista. Temos, assim, um apanhado de um punhado de ficções para transitar pela produção literária de mulheres bastante diversas.

// Trecho da apresentação por LETICIA PILGER DA SILVA

__equipe

Org.: Laura Del Rey e Raquel Dommarco Pedrão

Coordenação editorial, traduções e projeto gráfico: Laura Del Rey

Traduções e supervisão de traduções: Raquel Dommarco Pedrão

Apresentação: Leticia Pilger da Silva

Preparação de textos e revisão: Aline Caixeta Rodrigues

Capa: Laura Del Rey [fotografia em negativo 35mm | Salvador, 2003]

Design/ programação: Cumbuca Studio

Design redes sociais: Fernando Zanardo

Catalogação: Ruth Simão Paulino

Agradecemos às autoras e aos agentes literários, pela cessão dos direitos das obras para sua inclusão neste e-book. Agradecemos especialmente às escritoras Carla Piazzi e Silvana Tavano por terem aceitado de forma entusiasmada nosso convite para participar do livro com textos inéditos.


ISBN: 978-65-88104-07-1

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