vila mathusa
Composto por oito textos, vila mathusa conta as histórias entrecruzadas de moradores transgênero que habitam uma mesma vila na capital paulista. Explorando formas e atmosferas diversas, como as narrativas de detetive, cartas e diários, a autora contempla momentos de perda, ternura, suspense e humor, sob a perspectiva de personagens tão distintos quanto Aurora e Rubi, duas crianças em um dia de aventuras, e Mathusa, a travesti que é a “matrona” da vila.
Temas como o envelhecimento, os afetos e o sentido de comunidade são tratados com riqueza visual. Soma-se a isso uma cuidadosa pesquisa histórica sobre as memórias de um Brasil autoritário, que não desiste de se presentificar na vida de corpos dissidentes.
R$ 55,00
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Sobre a coleção
Sobre a revista
Ficha técnica
Título: vila mathusa
Autora: zênite astra
Prefácio: Amara Moira
Ano: 2022
Gênero: Contos/ Literatura brasileira
Nº de páginas: 144
Encadernação: Brochura
Formato: 20,5 x 13,5 x 0,9 cm
Peso: 190g
ISBN: 978-65-88104-08-8
Coordenação editorial: Laura Del Rey
Edição: Laura Del Rey e Victor Pedrosa Paixão
Ilustração: Céu Isatto
Projeto gráfico e diagramação: Laura Del Rey
Revisão: Aline Caixeta Rodrigues
Catalogação: Ruth Simão Paulino
Design para redes sociais: Fernando Zanardo
Bio autor(a)
ZÊNITE ASTRA é escritora, educadora e mulher trans. Nascida e criada no interior paulista, é licenciada em Letras pela Unicamp. É autora do livro vila mathusa (2022, Ed. Incompleta) contemplado pelo ProAC Editais 2020, e possui contos publicados nas revistas Uso, Puñado e Amarello. Seu texto “aurora e rubi” foi selecionado, juntamente com outros contos de autores brasileiros, para ser traduzido ao italiano e publicado na coletânea Sulla bocca della gente: Racconti dal Brasile del XXI secolo (Nova Delphi, 2024), organizada por Gian Luigi de Rosa. Prefaciou a coletânea FOGO: porque se gritar socorro! ninguém vem (Avá Editora, 2024), organizada por Natália Siufi. Em sua produção artística, explora prosa e poesia, e faz da experimentação com diferentes linguagens uma tentativa de dar conta de realidades plurais. Se interessa por investigar a memória, a resistência e a formação de comunidades nas experiências trans e travestis. Foi autora convidada da 1ª MOLI (Mostra Literária de Campinas) e do 14º FLIV (Festival Literário de Votuporanga).
Prêmios, resenhas
Esta publicação recebeu apoio do edital Proac nº 18/2020.
“Sua escrita vai nos maravilhando com percepções de grande sensibilidade, o que me faz pensar numa mistura toda peculiar de Manoel de Barros com Conceição Evaristo. Sofrimentos da existência trans são apresentados – mas a proposta não é um desfile sem-fim de dores. Os contos ora focam na infância, ora na vida adulta. Senti vontade de chorar em não poucos pontos, sorri feito besta em outros tantos. Saio fortalecida dessas páginas, com a convicção de que estamos amadurecendo, expandindo nosso raio de alcance e reafirmando o poder dessa que é uma de nossas maiores armas: a literatura.” –– Amara Moira
“É como num filme de Robert Altman, em que cada personagem vai nos ajudando a construir um panorama de possibilidades e de diversidade. E essa multiplicidade é que possibilita para a autora uma fluidez para navegar entre histórias que vão da infância de pessoas trans, passando pela descoberta e pelos preconceitos, até o envelhecimento e a experiência da terceira idade, com todos as nuances entre companheirismo e solidão, entre medo e sabedoria.” –– Renato Guerra [Scream & Yell]
“Os contos em vila mathusa não se interligam. Têm em si, começo meio e fim. Entretanto, a autora faz um alinhavo muito bonito entre as histórias narradas; aquela sensação de vila na qual todo mundo se cruza em algum momento, mas as vidas seguem de forma independente. A autora também faz um passeio por estilos literários diversos: cartas, diários, investigação policial, romance, são estilos usados por zênite para narrar suas histórias.” –– Juliana Costa [Coisas que leio]
Trechos
“Boneca e Monique descem as ruas com confiança e cautela. Andando por essa região, sabem que é preciso levar consigo um pouco de cada. Atentas, não baixam a guarda na caça ao yawá-ocó. Para Boneca, que há anos sai para trabalhar todas as noites por aquelas esquinas, a região por onde passam é familiar e hostil. As ruas da boca do lixo se embrenham, apertadas como o coração de uma mãe que não dá conta de todas as filhas e filhos, deixados a contragosto à sorte e ao frio. Naqueles quarteirões entre a Praça da Luz e a Praça da República, ferve a vida que escapa feito mato pelas rachaduras: travestis, prostitutas, mendigos, malandros, cineastas e violeiros se divertem e trabalham, comem e passam fome, dançam e choram, vivem e morrem. A boca do lixo, pensa Boneca, o edi da capital – por onde escoam ônibus, filmes e putas, do coração vibrante da Estação da Luz para o país inteiro. As duas vão caminhando e se entretendo com os cartazes dos cinemas de rua, especializados em filmes cujos títulos escrachados e apelativos fisgam aqueles em busca de diversão ou de uma punheta.
Pegam uma esquina errada, e o engano se faz evidente nos segundos que levam para enxergar uma viatura e ouvir a voz de um alibã. Parece disposto a fazer da vida de alguém um inferno.”
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