_Maryse
Condé

    A mais jovem de oito filhos nasceu em 1937 em Pointe-à-Pitre, Guadalupe. Formada em Literatura Comparada pela Sorbonne e professora emérita de Francês e Filologia Românica da Universidade de Columbia (Nova York), Condé é autora de mais de 20 livros que passeiam por diversos gêneros literários. Seu primeiro romance, Hérémakhonon (Union générale d’éditions, 1976), foi publicado quando a autora tinha 39 anos. Sua obra explora temas raciais, culturais e de gênero em várias épocas históricas. Até o momento, apenas dois de seus livros foram traduzidos para o português: Corações migrantes (Rocco, 2002), uma reimaginação caribenha de O morro dos ventos uivantes, e Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem (Rocco, 1997; Rosa do Ventos, 2019), que narra a história de uma jovem escravizada que se tornou uma das primeiras mulheres julgadas nos tribunais de Salem.

    Em 2018, a autora recebeu o New Academy Book Prize, uma espécie de Nobel alternativo criado como resposta à suspensão da premiação naquele ano. Ao premiá-la, o comitê afirmou que “Condé descreve os estragos do colonialismo e o caos pós-colonial utilizando uma linguagem ao mesmo tempo precisa e envolvente”.

    Para a 7a edição da Puñado, selecionamos um capítulo do romance Traversée de la mangrove (Mercure de France, 1989) – livro sobre o qual seu tradutor para o inglês, Richard Philcox, afirmou só ter encontrado (após diversas tentativas) a chave perfeita para o tom e o registro de voz da autora, “seus detalhes triviais de relevância universal, e a forma como as cores da natureza se entrelaçam às vidas pessoais” na escrita de Virginia Woolf, sobretudo em O farol.

    0