A Horta :: romance

R$50,00

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“Henrique Barreto, já neste primeiro livro, mergulha a fundo nas suas personagens, nos obrigando a seguir o mesmo caminho; nos convidando a rejeitar as nossas próprias fantasias sobre o futuro, esses refúgios que criamos em tempos de ruínas, mas que, como descobrimos neste livro, estão longe de ser um porto seguro.”
– Marcelo Lotufo


Um homem sai da cidade deixando tudo para trás, e faz uma viagem de trem em direção ao campo. Junto a Luísa, sua companheira “que não queria estar ali”, se instala em uma casa no interior, onde pretende fazer uma horta imensa, inútil; uma horta de girassóis.

Enquanto se entendem com o espaço, com a terra, os forasteiros vão se relacionando com figuras do novo cotidiano: o caseiro que não sabiam morar lá, a vizinha, o padre, os rottweilers. Acompanhando o vaivém dos pensamentos do narrador, tateamos os desenlaces possíveis para os conflitos, sonhos e tensões que surgem. “E por que é que não nascem meus girassóis?”.

Primeiro romance do escritor carioca Henrique Barreto, A horta é uma poderosa tentativa de compreender e traduzir o mundo, tão ávido por sementes de reflexão e beleza.


Sobre o autor

Com formação em economia e pós-graduação em escrita criativa, Henrique Barreto vem desenvolvendo projetos de poesia e ficção há alguns anos, em um processo que culminou com a publicação de A horta, primeiro romance do autor. Atualmente, trabalha no preparo de mais dois livros de ficção – O grande branco e O bicho –, além de uma coletânea de poemas, reunidos em São Salvo. Carioca de 35 anos, radicado em São Paulo, é pai de uma filha, Flora.


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Romance escrito por Henrique Barreto
Edição: Carla Piazzi e Laura Del Rey | Apresentação (4ª capa): Marcelo Lotufo | Ilustrações: Ariel Spadari | Capa: Laura Del Rey | Projeto gráfico: Ângela Mendes | Revisão: Aline Caixeta Rodrigues | Catalogação: Ruth Simão Paulino | Agradecimentos: Aline Castro, Ariel Spadari, Gabriela Aguerre, Letícia Lampert


Ofereci o isqueiro para acender o cigarro que ela tirava do maço; me ocorreu que queria minha atenção. Falei que poderíamos cultivar uma horta, aonde iremos, mas ela tratou como um devaneio, mais um. Depois riu com a ideia de me ver sujo, metido num macacão. Provoquei assegurando que dali em diante iríamos subir em árvores, sentar nas colinas ao pôr do sol, que andaríamos nus de galochas e que se calhasse, meu amor, ficaríamos loucos, discutindo pela janela e quebrando pratos, móveis, com estardalhaço para que todos escutassem e exclamassem, baixinho, com medo de que a gente ouvisse: “Os loucos chegaram na cidade”, como se fôssemos vikings invadindo uma cidade murada; ou “Os loucos da cidade chegaram”, como se toda cidade precisasse de loucos e os encomendasse, e nós estivéssemos a caminho empacotados no vagão; ou então “Os loucos chegaram”, como se fosse um detalhe que alguém diz só por dizer; ou apenas “Loucos”, não mais que um resmungo, como se a cidade fosse louca também.


144 páginas | ISBN impresso: 978-65-88104-06-4 | ISBN e-book: 978-65-88104-10-1


 

Peso220 g
Dimensões13 × 1.1 × 20.5 cm
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