Querida Angelina,
para a Angelina, quando ela souber ler : )
˜ para Angelina,
que em breve lerá algumas e depois todas as palavras
(mas que já lê, de alguma maneira, seu universo) ˜
Você completava 1 ano e seu pai pediu que eu escrevesse uma mensagem, a ser lida em algum ponto do futuro – fui silêncio. Sentir-me parte não é coisa que maneje bem, e quando preciso de boas palavras, às vezes seco. Confesso, porém: foram meses de lá pra cá que rodei no mundo um pouco diferente, talvez tentando coletar algumas faíscas pra você (quem não se encanta com a chance de iluminar um atalhozinho no caminho de quem vem?). Dei de cara com os desenhos de Liniers dedicados à sobrinha que nascia – nem ele podia fugir dos clichês.
Angelina, você já fez 2 anos e juntei pouco, mas queria te entregar: – um amigo escreveu, estes dias: ‘Existirá sempre a expansão do universo e a fila do pão’; – quando as ideias parecerem falhar, experimente o som (estou em dúvida sobre esta); – a terceira coisa foi esta joia abaixo:
Deixo também este álbum. Uma parte do meu arquivo afetivo que, sendo o presente pra você que virá, ganha ares de futuro também (tomaremos um vinho, em breve, conversando sobre a semelhança dos astrônomos e dos arqueólogos). É um teste livre entre a linguagem das HQs, os livros de foto e os filmes de estrada, porque foi no sentimento de viagem que melhor encontrei nosso primeiro abraço.
A fotografia, que é menos e mais que o gesto, tenta não perder (se toda lembrança pudesse ser um livro, acredito que seria). Por enquanto, cada dia que a memória guarda é um suvenir.
(ainda não sei de quem é a tirinha do Halley.)
* Incompleta é um site feito entre amigos, onde todos dão pitaco no assunto do outro. Volta e meia, a vontade de seguir a conversa é tanta que acaba gerando um novo post. Este aqui foi inspirado por Algumas notícias, como as das Filipinas, não têm hora para chegar, de Raquel Chamis.